Não costumo contar casos pessoais nos posts que redijo. Desta vez, entretanto, o faço, como alerta para quem desconheça que taturana pode ser venenosa.

 

        Na segunda-feira desta semana, meu marido me mostrou seu braço levemente avermelhado e um pouco inchado e disse que tinha roçado numa árvore, onde havia uma colônia de taturanas. Isto, aqui no Morumbi, e não em nenhuma área silvestre.

 

        Imediatamente abri o computador e pesquisei no Google sobre taturanas venenosas. A pesquisa indicou a existência de uma  espécie. Falei então a meu marido que ele deveria ir ao Instituto Butantã. Ele me respondeu que aquilo seria um desgaste inútil e que não iria.

 

                À noite o braço estava desinchado e tinha passado a vermelhidão. Parecia então que não era nada sério. No dia seguinte, o braço estava novamente avermelhado e inchado. Ele me mostrou e comentou que se tivesse acontecido alguma coisa, passadas 24 horas, não havia indícios de nada. Comentei que quando uma pessoa é mordida por um cachorro louco, o efeito demora um pouco, mas dei o assunto por encerrado. Nem sei se isto é verdade, mas foi o que disse.

 

        Passado um tempinho ele disse que teria que sair e como ia estar na metade do caminho do Instituto, iria até lá. Foi, e o médico disse que queria ver a taturana. Alguém da enfermagem disse que aquilo não era nada, mas o médico era muito “medroso”.

 

        Meu marido voltou a arvore, que fica defronte do prédio de uma filha, coletou as taturanas e levou para o médico. A taturana era venenosa. A única da espécie tinha lançado seu veneno nele.  Dali para frente meu marido não tinha mais coagulação no sangue. Ficou internado tomando o soro e depois foi feito novo exame de sangue. O primeiro tinha apresentado coagulação traço. Depois do soro já houve melhoras. A médica insistia que ficasse lá, em repouso, com medo de que se acidentasse. Não quis ficar. Voltou para casa e no dia seguinte, quinta-feira, foi até lá, fez novo exame de sangue, e às l4 horas soube do resultado: a coagulação estava se processando normalmente.

 

        Se eu não tivesse pesquisado não saberíamos, como ninguém que eu conheça sabe, que há uma taturana venenosa, e ele não teria sido medicado.

        Hoje (sexta-feira) soube de outro detalhe. Ele disse que como estava sem óculos não viu as taturanas e pensou que tinha roçado o braço numa árvore espinhosa. Meu genro foi quem disse para ele que havia taturanas na árvore.

 

        Disto tudo uma lição: ficar alerta para sensações de picada e saber que há uma taturana venenosa. Isto, como se vê, pode definir uma vida.