Não vou entrar no mérito desse caso de horror mas só manifestar-me a respeito da estranheza desse caso.
Se a filha agora tem 42 anos, quando ela sumiu tinha 18. Ninguém questionou este desaparecimento? Será que ela não tinha mãe ou irmãos? Aos parentes e vizinhos até pode ter sido inventada uma boa história, mas e quanto aos mais próximos? É possível que ela não tivesse mãe ou irmãos, mas, para mim, a dúvida ainda permanece.
Há também que se considerar a logística. Quem fazia o supermercado ou a preparação da comida? Alguma coisa tinha que ser feita para alimentar 8 bocas. Supondo-se que o pai morasse sozinho, não causaria em ninguém alguma estranheza o volume de compras?
Não dá para esquecer que todo o episódio durou quase ¼ de século.
Todos os partos dela eram feitos sozinhos, como de índias? Alguém precisava cortar o cordão umbilical e se o pai fazia isso, significava que na hora do parto ele estava lá. Mas, parto não tem data, nem hora marcados.
Crianças ficam doentes com muita freqüência e como os filhos-netos não tinham acesso a médicos, hospitais etc.? Uma das crianças veio a morrer por falta de assistência médica, mas, só uma criança ficou doente?
Há também a questão das roupas. Considerando, numa absurda hipótese, que vivessem despidos, no inverno teriam que estar agasalhados, ou será que o austríaco instalou um sistema de calefação tão poderoso que mesmo no mais rigoroso inverno não precisavam de agasalho? Ocorre que recém nascido necessita estar vestido porque o corpo deles não produz calor. Assim, roupas também precisavam ser compradas. Tudo isto o monstro austríaco, providenciava sozinho?
Andei pensando também que era impossível vizinhos não suspeitarem de nada. Mas, vendo como as casas do meu bairro parecem bunkers, até achei que seria viável as coisas acontecerem dentro de casa e ninguém ver nada.
A relação das coisas inexplicadas não se esgota aqui, mas por que será que ninguém fala nada sobre isto?
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março 19, 2009 at 4:59 pm
Olá Odette,
Fantástico. Nunca tinha pensado nesses pontos de interrogação, dessa forma tão clara.
Também achava estranho que por tantos anos nunca tivesse havido qualquer problema que pusesse por água abaixo toda clausura. Inclusive me questinova como fizeram tantos partos num porão e como sobreviveram todas as criaças. Mas nunca imaginei que a estória nào fosse totalmente verdade.
Depois desse seu comentário…. é tudo muito estranho. Será que ninguém fará e irá responder a essas perguntas?
Patrícia
março 19, 2009 at 6:38 pm
Odette!
Concordo com seus questionamentos e os vejo como salutar. Entendo que, realmente, há muitos pontos de interrogação neste caso, mas acredito que nenhum deles tirariam os méritos ou, modificariam os fatos.
A corte julgou o processo, e não, ao que parece, se embrenhou nas complexidades do relacionamento (ele também foi enviado ao sanatório). Aja vista o fato de que ele era o pai dela e a ameaçava, obviamente, ele também a manipulava. Embora sejam minhas essas suposições (Não vi o processo e não o acompanhei), portanto nem posso precisar tanto em detalhes sobre o assunto, posso dar apenas um parecer meu, e opinativo. Acredito que, ela tinha medo dele e por conta desse medo TUDO fazia a pedido dele. Esse tipo de relacionamento entre os dois, me parece com ‘aqueles’ em que carrascos nazistas tinham com suas vítimas. Já sobre os partos, segundo informações da mídia, diziam que ela era acompanhada como sendo a mulher dele – por isso as desconfianças.
Na verdade, o crime foi barbaro e, mesmo em casos em que, as mulheres (algumas ainda) nos tempos atuais, se calam em nome dos benesses materiais que recebem dos homens ou do medo de perder a vida com a violencia que sofrem, não tendo outra opção para mudar, acabam se sujeitando mesmo à força do individuo. E isto, em si só, já revela muita coisa deste processo.
Mas evidente, que esta é apenas a minha opinião.
março 20, 2009 at 6:54 am
O cara é doido de pedra, Odette. E esses caras quase sempre se viram bem pra levar adiante suas loucuras. E vai ver que a filha, sendo “filha do cara”, tinha lá seu DNA… Bom, deixa pra lá!
Bjoooooooooo!!!!!!!!!!!!!
março 21, 2009 at 1:04 pm
Olha Odette, alguns dos seus questionamentos me lembraram da historia como foi dita no inicio. o motivo pelo qual a mae nao procurou ja que ela nao tinha irmaos para procurar por ela. lembro que haviam dito que ele obrigou a menina a escrever uma carta para a mae dizendo que iria fugir, assim como uma das primeiras criancas foi entregue para a avo criar com uma carta tb escrita por ela o que me faz acreditar que a mae acreditou nas cartas, acreditou e por algum motivo qq nao quis ir atras da filha, sabe-se la o que estava escrito nas tais cartas.
qto a vizinhos nao perceberem nada ou mesmo a mulher que morava tao perto do esconderijo, pensa assim: se nem eu sei o que ocorre com meus vizinhos [e nem sei direito quem é que mora no mesmo predio q eu] acho que na áustria eles nao se preocupam tanto assim com o vizinho. ja a mulher, se existem tantas que nao percebem a traicao do marido na cara delas, e eles conseguem formar familia, tirar dinheiro de casa e dar pra outra e passar tempos longe dizendo que estava a trabalho, pq essa dai nao iria aceitar essas mesmas desculpas? ele poderia surtar de vez em qnd comprando milhares de coisas e levando aos poucos para a filha. enfim… acho que tudo foi mt bem estruturado por ele para que ninguem desconfiassem e imagino que todo mundo ao redor esta tao preocupado com o proprio umbigo que sequer perceberam qq coisa suspeita. mas isso é so minha opiniao. =)
março 21, 2009 at 8:04 pm
Olá Odette!! Obrigada pela dica da coleção, mas no Rio só recebo se for assinante do jornal.
Bem estranho este caso e a Áustria está apavorada, não quer associação com o país.
Fritzl não é doente mental, sofre de “narcisismo”, uma doença ligada ao desejo de controlar o outro. Não sei se controlava a esposa, pois alguns filhos que teve com Elizabeth, acho que três, foram colocados à sua porta e ela os adotou. Sei que junto ao primeiro bebê tinha um bilhete com a caligrafia de Elizabeth pedindo a mãe que o criasse porque ela não tinha condições. Também na época que ‘fugiu’ de casa, deixou bilhete dizendo que entrara para uma seita e que não era para procura-la.
É estranho que a policia não tenha sido acionada quando ela fugiu de casa, mas veja bem, nos países nórdicos os filhos saem cedo de casa, não é como no Brasil que vão ficando, ficando; alguns até casam e continuam a morar com os pais (rs*)
No porão ficava a caldeira, talvez por isso o frio não era sentido tanto. Ele confessou no tribunal que ameaçava matar a filha, dizendo que se ela tentasse fugir envenenaria a todos, ela e a família com gás e para isso instalou um mecanismo para liberar o gás e envenenar a todos.
Quanto ao que ele gastava para manter as famílias, acho que a esposa não desconfiava dos gastos porque ele era um homem próspero e bastante viajado, por causa da profissão de engenheiro.
Sabe que ele morou aqui no Brasil? Então, ele trabalhou na Voest Alpine na década de 60 e veio ajudar na construção da Usina de Furnas.
E foi depois que ele voltou do Brasil que ele cometeu esta atrocidade. Agora vai mofar na cadeia. Merecia mofar no porão!
Bom fim de semana! Beijus